«Num momento particularmente crítico no que respeita às questões migratórias, reemerge a importância de pensar o corpo como uma valência transversal e sem fronteiras.» – Muros, de Né Barros, é apresentado esta sexta-feira e sábado, dia 10 de Fevereiro, no Centro Cultural de Belém.
Sinopse
«Este projeto coloca-se na zona de exploração do corpo e das identidades muitas vezes fixadas na noção de etnia e de marca territorial. Num momento particularmente crítico no que respeita às questões migratórias, reemerge a importância de pensar o corpo como uma valência transversal e sem fronteiras.
A pesquisa irá focar-se nos “muros” enquanto formas visíveis e invisíveis, virtuais e materiais, de modo a questionar as deslocações do familiar, da zona entre privado e público, do íntimo, do periférico, do efémero e do intempestivo na contemporaneidade. Migrantes, deslocados, refugiados, exilados constituem figuras em relação a um espaço sedentário onde são marcados os territórios de reconhecimento do mesmo e de rejeição do estranho.
Num dispositivo cénico que separa os corpos, o trabalho vai convocando imagens e zonas de conflito e de resistência. O som e a voz são o veículo que parece ser a única coisa que passa, que passa mensagens de amor, de ódio, de resiliência ou de desistência.»
Ficha técnica
Direção e coreografia Né Barros
Música (ao vivo) Alexandre Soares
Cenário João Mendes Ribeiro
Desenho de luz José Álvaro Correia
Figurinos Maria Gambina
Interpretação Ana Deus, Bruno Senune, Elisabete Magalhães, Flávio Rodrigues, Gonçalo Cabral, Joana Castro
Textos de Eugénia Vilela, excertos de poemas de Paul Celan (tradução de João Barrento)
e excertos de poemas de Robert Desnos
Produção Lucinda Gomes
Coprodução Balleteatro/Teatro Nacional São João
Projeto integrado no programa internacional Non-Lieux de L’Exil, Collège d’études mondiales, Fondation Maison des Sciences de l’Homme, Par.
Mais info: CCB