Em jeito de celebração, este mês LES CORPS dedica o seu header a Tânia Carvalho, a propósito dos seus 20 anos de carreira. A ilustração é de Duarte Illustration/ Ana Duarte para LES CORPS, e mostra um detalhe de 27 Ossos, a partir da fotografia de Margarida Dias.
27 Ossos (2012) é apresentado nos dias 3 e 4 de Fevereiro, no Teatro Municipal S. Luiz, na Sala Luis Miguel Cintra, no contexto do Ciclo Tânia Carvalho – Vislumbres de 20 anos a fazer orquéstica no reverso das palavras (uma lentidão que parece uma velocidade), numa parceria entre S. Luiz, Camões/CNB e Maria Matos, que se realiza de 19 de Janeiro a 4 de Março. Conheça o programa completo do Ciclo Tânia Carvalho aqui.
Criei esta peça [27 Ossos] de forma a parecer uma memória de uma peça que, imaginando, tivesse visto há muito tempo. Transpus essa espécie de, memória enfraquecida, aos movimentos e sequências das cenas dos intérpretes. Acrescentei um fantasma, como se o fantasma do teatro, e que representa a memória coletiva dos espectadores. As cenas aparecem e desaparecem como quando nos estamos a tentar lembrar de algo. O que fica, o que desaparece. Vinte sete ossos (número de ossos em cada mão e em cada pé) a memória da pianista – representada pelas mãos, a memória dos bailarinos – representados pelos pés.Tânia Carvalho
- «27 ossos», de Tânia Carvalho; foto: Margarida Dias
27 Ossos (2012), de Tânia Carvalho
3 e 4 Fevereiro
Sala Luis Miguel Cintra, S. Luiz Teatro Municipal
Sábado, 21h; Domingo, 17h30
Duração: 50 m
A classificar pela CCE
€12 – €15 (com descontos €5 – €10,50)
Passe Tânia Carvalho no São Luiz: €20 – €25
Conversa com Tânia Carvalho no final do espectáculo de dia 3.

«Ao longo dos últimos 20 anos, a coreógrafa Tânia Carvalho tem vindo a construir uma das obras mais singulares e fascinantes da dança portuguesa contemporânea. Fazendo convergir para a sua obra vários territórios de expressão artística, como a dança, a composição musical, o desenho, a pintura e a memória do cinema, foi tecendo um universo enigmático mas consistente, que brilha como um diamante soturno.» (Ciclo Tânia Carvalho)
Sobre Tânia Carvalho
Dos domínios da coreografia, Tânia Carvalho transporta-se frequentes vezes para a composição musical. Tânia Carvalho propõe-se como uma artista cuja vontade de expressão não se esgota numa só linguagem. As suas criações vagueiam pelas sombras, pela vivificação da pintura, pelo expressionismo e pela memória do cinema. Assim a artista constrói a sua cosmogonia misteriosa, um conjunto de códigos que transcendem a própria arte movente — seja no cuidado linguístico e semântico que inscreve na titulação dos seus trabalhos, seja na passagem frequente por territórios mais distantes da coreografia, como o desenho. Ao longo de quase duas décadas, Tânia Carvalho vai fazendo o seu caminho: criterioso e cada vez mais multidisciplinar.
Mais info: Teatro Maria Matos / Teatro S. Luiz / Teatro Camões