Depois de estrear em Dresden, Alemanha, no Hellerau European Center for de Arts, Para que o céu não caia, criação de Lia Rodrigues, chega agora a Portugal. Poderá assistir nos dias 8 e 9 de Dezembro no Teatro Campo Alegre, no Porto, e de 13 a 15 de Dezembro na Culturgest, em Lisboa. Neste espectáculo, que questiona o (fim do) mundo, a nossa relação com o planeta, e aquilo que podemos fazer por ele, “para que o céu não caia”, os espectadores deslocam-se no palco e não há lugares sentados.
Teatro Campo Alegre, Porto| 8 e 9 de Dezembro, pelas 21h30 | Preço: 10€ | Dia 8 há uma conversa pós-espectáculo com Manuela Matos Monteiro.
Culturgest, Lisboa | 13 a 15 de Dezembro, pelas 21h30 |Preço: 15€ (jovens até 30 anos e desempregados: 5€).

«O mito do fim do mundo, relatado pelo xamã Yanomami Davi Kopenawa, diz que, rompida a harmonia da vida no universo, o céu – que no idioma Yanomami é entendido por “aquilo que está acima de nós” – desaba sobre todos os que estão abaixo e não apenas sobre os povos das florestas. Diante de tantas catástrofes e barbáries que todos os dias nos assombram e emudecem, neste contexto de drásticas mudanças climáticas que escurecem o futuro, o que nos resta fazer? Como imaginar formas de continuar e agir? O que cada um de nós pode fazer para, a seu modo, segurar o céu? Não há tempo a perder antes que tudo desabe. O céu já está caindo e aqui estamos nós a viver sob ele. Vamos juntar nossas forças mais íntimas para manter este céu. Cada um à sua maneira. Na Maré nós dançamos no ritmo de máquinas e carros, helicópteros, sirenes, nós dançamos sob um calor escaldante, nós dançamos com chuva e tempestade, nós dançamos como uma oferenda e como um tributo, para não desaparecer, para durar e para apodrecer, para mover o ar e para se expandir, para sonhar e para visitar lugares sombrios, para virar vagalume, para sermos fracos e para resistir. Nós dançamos para encontrar um jeito de sobreviver neste mundo virado de cabeça para baixo. Dançar para segurar o céu. É o que podemos fazer. Para que o céu não caia… dançamos.»
Lia Rodrigues
Lia Rodrigues nasceu em 1956 em São Paulo onde se formou em ballet clássico e estudou História na Universidade de São Paulo. Após ter participado do movimento de dança contemporânea em São Paulo, nos anos 70, integrou a Compagnie Maguy Marin/França entre 1980 e 1982. De volta ao Brasil fundou a Lia Rodrigues Companhia de Danças em 1990, no Rio de Janeiro e desde então a Companhia mantém-se em atividade durante todo o ano, com aulas, ensaios do repertório, trabalho de pesquisa e criação, apresentando-se no Brasil e internacionalmente. Em 1992 criou e dirigiu durante 14 anos o mais importante festival de dança do Rio de Janeiro, o Panorama da Dança. Desde 2004, convidada por Silvia Soter, a Companhiadesenvolve ações artísticas e pedagógicas na favela da Maré, no Rio de Janeiro, em parceria com a Redes de Desenvolvimento da Maré. Dessa parceria surgiu o Centro de Artes da Maré aberto ao público em 2009. Nesse espaço a Companhia criou e estreou seus trabalhos “Pororoca”, “ Piracema”e “Pindorama”, entre outros. Em 2007, foi condecorada pelo governo francês com a medalha de Chevalier des Arts et des Lettres.
Ficha técnica:
Criação, direção Lia Rodrigues Assistente de direção, criação Amália Lima Dançado e criado em estreita colaboração com Amália Lima, Carolina Mattos, Clara Cavalcante, Felipe Vian, Francisco Thiago Cavalcanti, Gabriele Nascimento, Glaciel Farias, Leonardo Nunes, Luana Bezerra, Maruan Sipert, Valentina Fittipaldi Dramaturgia Silvia Soter Colaboração artística, imagensSammi Landweer Criação de luz Nicolas Boudier Difusão internacionalThérèse Barbanel / Les Artscéniques Residência de criação HELLERAU – European Center for the Arts Dresden, Alemanha Produção Lia Rodrigues Companhia de Danças Coprodução HELLERAU – European Center for the Arts, Dresden; Kampnagel, Hamburgo; HAU Hebbel am Ufer, Berlim; Künstlerhaus Mousonturm, Frankfurt am Main; tanzhaus nrw, Düsseldorf; Festival Montpellier Danse 2016; Le CENTQUATRE-Paris / Festival d’Automne à Paris; SESC São Paulo Apoio Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura programa Cultura Viva e Rede Globo em colaboração com Redes da Maré e Centro de Artes da Maré. Financiado pela German Federal Culture Foundation Estreia 9 de maio de 2016, Hellerau European Center for de Arts, Dresden
Mais info: Teatro Municipal do Porto e Culturgest.