«Antropocenas», de João dos Santos Martins e Rita Natálio chega ao Teatro São Luiz no final de Outubro

Depois da estreia no Festival Materiais Diversos, em Setembro, no Cartaxo, Antropocenas, de João dos Santos Martins e Rita Natálio chega a Lisboa. «Uma conferência dançada ou uma dança conferenciada», assim caracteriza (aqui) João dos Santos Martins esta performance-debate a que poderá assistir entre os dias 27 e 29 de Outubro.
Anrtopoceno

Dança-Performance

Temps d’Images . São Luiz Teatro Municipal, Lisboa

27 – 29 Outubro

 

ANTROPOCENAS

João dos Santos Martins e Rita Natálio

Sexta a domingo, 21h

Sala Luís Miguel Cintra

M/16

Preço: €12 – €15 (com descontos €5 – €10,50; descobrir aqui.)

 

Sinopse

Partindo-se da discussão em torno do Antropoceno e da actual crise climática, mas também das cosmologias ameríndias, das etnografias multi-espécie, do racismo estrutural, do blues dos robots e de um tronco de sumaúma cortado para que humanos pudessem dançar sobre ele, Antropocenas é uma colaboração entre Rita Natálio e João dos Santos Martins com a contribuição de diversos agentes nas áreas da ecologia, dança, música, antropologia e artes visuais. Uma palestra dançada onde plantas, pedras, gatos, dildos e relva nas axilas podem ser os principais oradores, onde samambaias discutem os seus direitos jurídicos, sacos de plástico suicidam-se, animais fazem petições contra a sua extinção, jardineiros cortam cabelos de plantas, onde abraçamos ursinhos de poluição, comemos terra. Textualmente, ideias da história de arte e da antropologia contemporânea misturam-se, opõem-se, matam-se e esfolam-se para destituir certos ideais de natureza. Antropo ma non troppo.

Fonte: São Luiz Teatro Municipal

 

Ficha técnica

Conceção e curadoria: Rita Natálio e João dos Santos Martins; Proposta inicial e texto: Rita Natálio; Dança: Ana Pi, Ana Rita Teodoro e João dos Santos Martins; Artes Visuais: Pedro Neves Marques; Música: Winga Kan; Assistência dramatúrgica e de ensaios: Joana Levi; Performer-conferencista: Jota Mombaça AKA Mc Katrina; Escultura: Alexandra Ferreira; Jardinagem / Topiária: José Vilarinho; Cabelo: Ana Fernandes/Griffe Hairstyle; Participação especial: Maria Inês Gameiro, Pedro Fazenda e Ana Paços; Luz: Eduardo Abdala; Som: Hugo Valverde e Ricardo Crespo; Consultores e autores da publicação: Renato Sztutman, Suely Rolnik, Ailton Krenak, Paulo Tavares; Design de publicação: Isabel Lucena; Produção: Associação Parasita; Apoio à produção: Circular Associação Cultural; Produção executiva: David Cabecinha, Patrícia Azevedo da Silva, João dos Santos Martins e Rita Natálio; Apoio: Fundação GDA, Goethe-Institut São Paulo, Departamento de Biologia Vegetal da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa; MARE, Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, Forbo Flooring Systems, Departamento de Escultura em Pedra do Centro Cultural de Évora, Linde, LX Road Lights Residências: Culturgest, O Espaço do Tempo, Materiais Diversos, Centro de Criação do Candoso, 23 Milhas, Devir Capa, Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas; Parceria: BUALA; Apoio Institucional: Teatro Sá da Bandeira – Santarém; Agradecimentos: Ana Amorim, André E. Teodósio, Agostinho, Armando Duarte, Cristina Santos, Daniel Worm d’Assumpção, João Pinto da Costa, Joana Costa Santos, Manuel João Martins, Manuel Miranda Fernandes, Mariana Sá Nogueira, Marta Simões, Pedro Fazenda, Penélope, Rua das Gaivotas 6, Teatro Municipal Maria Matos, O Espaço do Tempo, Teresa Rocha Santos e Vanda Brotas; Registo Videográfico:  Jorge Jácome e Marta Simões; Registo Fotográfico: José Carlos Duarte.

Coprodução: Materiais Diversos, São Luiz Teatro Municipal, Festival Temps d’Images, Centro Cultural Vila Flor

Projeto apoiado pelo Ministério da Cultura / Direção-Geral das Artes.

 

Sobre os criadores

Rita Natálio nasceu em Lisboa em 1983 e vive entre Lisboa e São Paulo desde 2012. Estudou Artes do Espectáculo Coreográfico na Universidade de Paris VIII e realizou o Curso de Pesquisa Coreográfica do Fórum Dança 2006. É mestre em Psicologia (Psicologia Clínica) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2015) com orientação do Professor Peter Pál Pelbart (bolsa Fundação Calouste Gulbenkian 2012-2015). Actualmente, é doutoranda em Estudos Artísticos na FCSH-UNL e Antropologia na Universidade de São Paulo, com bolsa da FCT. A sua actividade principal tem-se centrado nas áreas da escrita, dramaturgia e performance. O seu trabalho cruza a criação de textos e espetáculos com os seus estudos académicos sobre biopolítica e estética. Como dramaturgista, Rita Natálio colaborou regularmente com Vera Mantero, João Fiadeiro, Cláudia Dias, Guilherme Garrido, Pieter Ampe, António Pedro Lopes e Marianne Baillot. Entre os seus trabalhos de performance destaca   “Não se vê que sou eu mas é um retrato” (Temps d’Images/Culturgest, 2011) e “Não entendo e tenho medo de entender, o mundo assusta-me com os seus planetas e baratas” (São Luiz, 2012). Destaca igualmente o projecto “Museu Encantador” que recebeu o Prêmio Redes Artes Visuais 10ª Edição da Funarte/Brasil, e contou com a participação de um grupo alargado de artistas portugueses e brasileiros. Este projecto seleccionado, posteriormente à sua estreia, para o programa de residências de investigação Les Récollets em Paris em 2015, tendo passado pelo FITEI e pelo Kampnagel (Hamburgo). Recentemente, publicou o seu primeiro livro de poesia “Artesanato” pela “(não) edições”, entretanto nomeado para o Prémio Novos 2016 em Portugal.  Actualmente, prepara o novo livro com selo da mesma editora, em paralelo ao  projecto “Antropocenas” com o coreógrafo João dos Santos Martins e um projecto de criação de um audio guide para o Museu da Imigração de São Paulo a convite do Geothe Institut São Paulo, MitSp (São Paulo) e SpielArt Festival de Munique.

João dos Santos Martins nasceu em Santarém em 1989. É licenciado em Dança pela Escola Superior de Dança (2010) e mestre em Estudos Coreográficos pela Paul Valèry III/ex.e.r.ce – dirigido por Mathilde Monnier em Montpellier (2013). Frequentou igualmente a Codarts, a P.A.R.T.S. e o MA-CuP em Giessen, dirigido por Bojana Kunst. Colabora como intérprete com Eszter Salamon e Xavier Le Roy e trabalhou anteriormente com Cão Solteiro, Ana Borralho & João Galante e Rui Horta, entre outros. Do seu trabalho contam a adaptação do solo Conquest (2010) de Deborah Hay, a reconstrução de Continuous Project Altered Daily (2011) de Yvonne Rainer e a produção coreográfica de Tropa Fandanga (2014) do Teatro Praga. Criou Le Sacre du Printemps (2013), co-dirigido com Min Kyoung Lee, Masterpiece (2013), Projecto Continuado (2015) – Prémio Autores SPA 2016 – e Autointitulado (2015) com Cyriaque Villemaux. Mais recentemente, foi convidado a dirigir Vera Mantero, João Fiadeiro, Clara Andermatt e Paulo Ribeiro no evento Reencontro (2016). A convite do Walk&Talk Azores criou #dancewithsombody (2016) para e com o Núcleo de Artes Performativas 37,25. Em 2017 organizou o ciclo Nova—Velha Dança onde desenvolveu, juntamente com a Ana Bigotte Vieira, o projecto – Para Uma Timeline a Haver. Recebeu a bolsa de mérito da ESD-IPL 2008/09, foi bolseiro do programa danceWeb 2010, do Centro Nacional de Cultura (2010), do programa ENPARTS (2010/11) e da Fundação Calouste Gulbenkian (2011-13). É actualmente “artista residente” da Circular Associação Cultural. O seu trabalho foi apresentado em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Áustria, Roménia, República da Coreia e Nova Zelândia.

Fonte: Devir

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